Se você já pesquisou sobre empreendedorismo, talvez tenha sido bombardeado por termos da contabilidade, como caixa e capital de giro. A margem de lucro de um produto está entre os mais populares e dá pistas sobre qual é o melhor preço.
O termo é muito comum nas vendas. Se você observar as transações acontecendo, talvez repare em como essa é uma das grandes preocupações dos vendedores — garantir que a venda foi tão ou mais vantajosa do que a compra.
Interessado no assunto? A ideia deste texto é mostrar como calcular a margem de lucro de um produto, revelando como o indicador funciona e qual é a forma certa de aplicar a fórmula. Boa leitura!
Como o lucro funciona?
O lucro é o ganho envolvido em uma atividade econômica. É um bom sinal para quem empreende, já que simboliza renda e oportunidade para potencializar a produção. Por isso, é um dos principais interesses das empresas, sendo a parte da renda que conseguem manter para si. Isso faz com que existam várias medidas para o indicador.
O lucro bruto, por exemplo, se revela na subtração entre a receita e o custo dos produtos vendidos. O lucro líquido, por sua vez, pode incluir no cálculo outros fatores, como os impostos, a amortização, a depreciação e os juros. Na economia, o indicador funciona de forma um pouco diferente da contabilidade.
Isso porque também leva em conta o “custo de oportunidade”, um indicador simbolizado pelo quanto você perderia ou ganharia de dinheiro se optasse por fazer outras coisas. Aqui, o cálculo é definido pela subtração entre o retorno da melhor opção rejeitada e o da opção escolhida.
Como calcular a margem de lucro?
A margem é um percentual específico da receita. Por isso, o cálculo é simples: “lucro/receita”. No caso de um único produto, sua “receita” é o preço, ou seja, o máximo que alguém paga para obter o que você está vendendo. Assim, você pode calcular a margem de lucro de um produto dividindo o lucro pelo preço.
Vamos supor que você tenha uma loja de produtos esportivos e venda uma chuteira para o cliente. Imaginando que você adquiriu de um fornecedor por R$ 200 e vendeu por R$ 250, teve R$ 50 de lucro. Aplicando o “lucro/preço”, a conta seria R$ 50/R$ 250. Nesse caso, “0,2”.
Considerando que a margem de lucro de um produto é um valor percentual, o resultado é multiplicado por 100. Assim, resulta em 20%. A conta é similar para os vários tipos de margem. Se você quer descobrir a de um período, por exemplo, pode somar os valores da receita e do lucro dos meses que vão para a conta.
Para que a margem de lucro serve?
A margem de lucro é útil por dar pistas da própria lucratividade e de como uma empresa está posicionada no mercado. Assim, permite comparações entre as marcas e mostra o potencial de gerar lucro de uma empresa. As margens ainda são úteis para definir suas estratégias, tendo influência, por exemplo, na precificação.
Os erros na definição dos preços são principalmente percebidos com a margem de lucro de um produto, ajudando a evitar as perdas. Margens ruins sugerem que a marca tem poucas vendas ou não consegue gerir bem seus gastos. Por isso, ajudam os empreendedores a notar áreas que não favorecem o crescimento.
Aqui, problemas como excesso de estoque, produção cara ou recursos mal aproveitados ficam mais perceptíveis para as pessoas da empresa. Na busca por crédito e financiamento, as margens participam da análise de riscos. Assim, ajudam a mostrar se uma empresa tem condições de arcar com as dívidas e podem aparecer como garantia.
Como é a precificação?
A precificação define o valor que as pessoas vão pagar pelos seus produtos. Assim, costuma aparecer no projeto de marketing da empresa, já que é um dos fatores que atraem ou espantam clientes. Na definição, aparece a margem de lucro de um produto, os concorrentes, as condições do mercado, a reputação da marca e a qualidade.
O indicador é importante na gestão de produtos e faz parte do “mix de marketing”, um conceito que elabora o marketing a partir dos “4Ps”, que são “preço”, “promoção”, “produto” e praça”. Mas o grande gerador de receitas é o preço, enquanto os outros contribuem para uma maior receita e lucro.
A precificação pode ser feita manualmente ou por sistemas automáticos. Entre as metas dos preços, aparecem a margem de lucro, o ajuste à demanda do mercado, a consistência e a competição com a concorrência. Às vezes, com o canal de distribuição influenciando no valor final.
Como escolher a melhor margem?
Além da precificação adequada, existem outras ideias que podem ajudar na hora de definir a melhor margem de lucro de um produto. Por exemplo, um bom planejamento de custos e despesas. Procure pensar na quantidade de horas que os profissionais gastaram para desenvolver ou transportar os produtos. Ainda, vale manter a contabilidade em ordem.
Afinal, é difícil acertar na margem se você não colher os outros indicadores importantes para fazer a conta. Nem sempre a margem ideal é clara. Você pode descobri-la, por exemplo, quando a empresa passa por um período ruim e precisa aumentar sua competitividade. Por fim, não deixe de levar em conta a rentabilidade por cliente.
A margem de lucro de um produto ajuda a definir os preços e a garantir que a empresa tenha o maior percentual possível da receita para si. No caso do indicador líquido, há o desconto de outros gastos e o resultado é mais realista.
Entre os custos estão os impostos e as despesas. Para esse caso, você pode usar o lucro líquido, já com as taxas excluídas. A margem ideal varia de acordo com o tipo, os objetivos e o segmento da empresa.
Ainda assim, a margem de lucro de um produto não pode ser analisada sozinha, certo? Então, se você quer aprender mais sobre contabilidade e finanças, não deixe de conferir mais um de nossos posts, em que falamos sobre os indicadores financeiros importantes!